O principal objetivo do ADRENO+ é disponibilizar informação fidedigna e atual sobre tumores da glândula suprarrenal, a doentes, familiares e profissionais de saúde. Porque conhecer a patologia e desmistificar ideias preconcebidas é essencial para ultrapassar os desafios que possam surgir.
Os tumores da glândula suprarrenal, ao contrário do que se pensava, são frequentes na população em geral (cerca de 4%).
No entanto, há diferentes tipos de tumores da suprarrenal, com características e manifestações clínicas muito diferentes entre si, o que leva a alguma confusão por parte dos doentes. Existem, por exemplo, tumores benignos que não segregam hormonas e por isso não requerem tratamento imediato, mas somente vigilância. Por outro lado, há tumores que têm impacto na vida dos doentes, podendo causar hipertensão, obesidade ou diabetes, ter grande dimensão ou crescimento descontrolado e por isso requerem tratamentos mais evoluídos.
Uma vez que a proximidade com o doente é essencial neste processo, no ADRENO+ facilitamos o contato com os nossos especialistas, e indicamos diferentes grupos de apoio a doentes.
O interesse pelo estudo da glândula suprarrenal tem vindo a acompanhar o percurso profissional do endocrinologista Doutor Duarte Pignatelli do Centro Hospitalar e Universitário de São João/ Faculdade de Medicina da Universidade do Porto e do i3S/IPATIMUP. O contacto próximo com doentes com diversas patologias da suprarrenal, como síndrome de Cushing, aldosteronismos primários, feocromocitomas ou outros tumores adrenocorticais, tem-se traduzido numa visão pragmática dos desafios da prática clínica neste contexto.
Ao longo dos anos o Doutor Duarte Pignatelli, os seus colegas e a sua equipa, nomeadamente a Professora Sofia Pereira da Unidade de Investigação Multidisciplinar em Biomedicina do Instituto de Ciências Biomédicas Abel Salazar, verificaram que os doentes sentem falta de informação credível sobre estas patologias. Por isso, uniram esforços e, no âmbito de um projeto financiado pela Fundação para a Ciência e Tecnologia, desenvolveram o ADRENO+, de modo a facilitar a comunicação com doentes e pares sobre tumores adrenocorticais.
Além desta componente de comunicação, este projecto tem também um cariz científico, nomeadamente a identificação de indicadores genéticos e moleculares relevantes para o diagnóstico e tratamento dos tumores adrenocorticais.